quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Belo Monte e Aquecimento Global: Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais na COP

No dia 11 de dezembro, na Conferência de Copenhague (COP 15), lideranças indígenas e comunidades tradicionais falaram ao público sobre suas impressões sobre o clima, modelo de desenvolvimento atual e de políticas de contenção ao aquecimento do clima.
Foi numa sala dessa conferência lotada e tensa que um grupo de cinco pessoas da Amazônia falou ao público. Eles são líderes de suas comunidades, e participam ativamente na capacitação de suas comunidades e como porta vozes dos mesmos.
Ianukulá Kaiabi Suiá, da associação Terra Indígena Xingu, começou dizendo que “para nós o fim pode chegar mais próximo”. Ianu, como é chamado, trouxe um exemplo prático e muito próximo a eles: o de Belo Monte. Sobre a implementação da hidrelétrica, foi enfático: “não somos consultados, temos nossos direitos ignorados, somos praticamente atropelados.”Afirmando que tal implementação deve fazer “desaparecer território sagrado”, Ianu resumiu a mensagem dos povos do Xingu: “não a Belo Monte”.
O fundamento das mensagens é o mesmo: O modelo de desenvolvimento atual não funciona—agride o meio ambiente e não resulta em benefícios para aqueles que historicamente protegem as florestas do mundo: as comunidades tradicionais e povos indígenas.
Informados, esses grupos exigem que as negociações do clima levem em conta seus recados. Que seus papéis históricos sejam reconhecidos, valorizados e recompensados.
O mecanismo de REDD foi citado por todos os participantes como aquele que pode funcionar, atendendo tanto às políticas internacionais, como às necessidades locais. Sonia Guajajara, vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, complementou que REDD, planejado de ‘baixo para cima’, poderá garantir seus territórios, a continuação de suas culturas e valorização de seus papéis históricos.
Manuel Cunha, presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), traz a clara mensagem que o clima não é mais o mesmo. Que seu pai, antigo seringueiro analfabeto, antes previa a chuva e assim seus dias de trabalho, e como isso hoje, tão distante, entristece a família. Que as árvores e seus frutos estão descompensados, fora do tempo. Isso, segundo ele, atrapalha o trabalho e causa até desavenças: pássaros e animais vão a propriedades vizinhas para se alimentarem.
Manuel, então, enfatiza: “Não fomos nós que tiramos a cobertura vegetal do Planeta, não é justo que paguemos esse preço”.

O evento foi organizado pelo IPAM e pode ser visto online pelo link: http://bit.ly/8aJrce

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

pernambuco perde grande liderança feminina indígena


Complicações causadas pela Diabetes causaram a morte da indígena Pankararu Quitéria Maria de Jesus, na noite de domingo (07). Conhecida internacionalmente como Quitéria Binga, a líder teve intensa participação no movimento demarcatório das terras indígenas Pankararu, à frente das lutas e como incentivadora da preservação e proteção da cultura de seu povo.
Binga foi a primeira liderança a implantar creche em área indígena e lutou sempre pela melhoria da educação, saúde e questões fundiárias do povo Pankararu. Criadora da primeira cada de parto, sendo ela mesma uma parteira e rezadeira de seu povo, Quitéria viveu 82 anos e deixa um legado de guerreira na memória do esposo, sete filhos, netos e bisnetos. Foi uma das primeiras lideranças femininas do país, sempre convidade para representar o Brasil em debates sobre a questão indígena no exterior.
A Funai perde uma conselheira, uma parceira, e os indígenas perdem uma mãe e uma guerreira, que nunca mediu esforços para garantir os direitos do seu povo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Embaixador dos Paises-Baixos visita aldeia kaiowá guarani no dia internacional dos direitos humanos

O Embaixador dos Países-Baixos (Holanda), Sr. Kees Pieter Rade, visitou hoje pela manhã a aldeia Kaiowá Guarani de Te’ Yikue no município de Caarapó – MS. A visita é parte do encontro regional de lideranças Guarani Kaiowá, uma das atividades da Campanha Povo Guarani – Grande Povo, organizado por ocasião do dia Mundial dos Direitos Humanos.

Lançamento
Também foi lançado o site internacional da campanha. O site traz noticias e conteúdo sobre o Povo Guarani, sua sociedade, cultura e sobre seus desafios conjunturais. Se dirige às comunidades Guarani no Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia. (para acessar o site clique aqui) Preocupação
A visita do Embaixador marca o apoio e a preocupação dos Países Baixos com a triste realidade em que vivem os povos Kaiowá Guarani. Estes enfrentam os mais altos índices de vulnerabilidade social do país. Destacam-se à violência, os homicídios, a mortalidade infantil, a desnutrição, o confinamento. A resistência ao reconhecimento dos seus direitos constitucionais e a negação ao reconhecimento e proteção de seus territórios tradicionais são a causa da tamanha violação dos direitos humanos.

Violações
As lideranças indígenas relataram ao embaixador os diversos casos de violência e assassinato na região, ouvindo inclusive, o testemunho da família de Genivaldo e Rolindo Vera, professores indígenas, morto e desaparecido respectivamente, após violento ataque de seguranças particulares na região de Paranhos. Os familiares pediram ao embaixador, para que seu País intervenha junto ao Governo Brasileiro, para que este continue as buscas por Rolindo Verá e que os agressores sejam julgados e condenados. Relataram ainda a realidade e os impactos da monocultura e pecuária desenfreada, sobre o meio ambiente, a sociedade indígena e suas terras tradicionais, dando ênfase aos graves casos de violação dos direitos humanos.

Instrumento de luta
Com danças e cantos tradicionais o embaixador pode conhecer um pouco da cultura kaiowá Guarani e participar do lançamento do novo site da campanha. O site é considerado uma grande conquista e forte instrumento de luta do povo guarani. Organizações indígenas e indigenistas do Brasil, Paraguay, Bolívia e Argentina participam da construção e administração do site, que publicará conteúdo em português, espanhol e guarani, levando ao mundo a realidade das comunidades guarani sujeita a todo tipo de violência e muitas vezes à meios de comunicação tendenciosos.
O site é uma conquista construída e fortalecida sob a memória daquelas lideranças guarani, que nesta terra ameríndia deram suas vidas, pela vida de seu Povo. E que sonham a esperança de terem sua sobrevivência física e cultural garantida em seus territórios seculares.

Encontro continental
O encontro micro regional da Campanha Povo Guarani – Grande Povo marca mais um passo no processo de articulação, fortalecimento e união continental do povo guarani. No próximo mês, na cidade de Asuncion haverá a reunião continental da campanha, para continuar a preparação do III Encontro Continental do Povo Guarani previsto para novembro de 2010, também em Asunción.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

cidade sem história - A Prefeitura de Sao Gabriel (Rio Grande do Sul) derruba monumento em homenagem a Sepé Tiaraju.


É Com pesar na Alma que repassamos estas notícias. Pensamos que os caminhos não são estes! Não se pode, NÃO SE DEVE, desrespeitar locais Sagrados desta forma, e mais que Locias, é a Terra , é memória de uma Nação. estamos repassando esta notícia que traduz mais que DESRESPEITO ao Patrimônio Cultural, traduz DESRESPEITO aos Nossos Ancestrais e devemos sim, propagar este ocorrido junto à Mídia, onde possamos quem sabe obter algum retorno . O foi feito feriu demais e sinceramente, oramos para que hajam os devidos encaminhamentos. A JUSTIÇA DOS HOMENS PODE FALHAR, mas Tupã, "DEUS" tenha nome que tenha, ele vê, ele sabe e com certeza NÃO concorda com estas formas de procedimento .
Aos Irmãos, Amigos, Parentes e apoiadores, Nós ali rezamos, também rezei com nossos Parentes ali, debaixo d e chuva, de bençãos e reverencias profundas á TERRA e aos filhos da Terra, mas creio que infelizmente, esta compreensão não seja para muitos.mas, os que tem este reconhecimento, esta compreensão,aqui agradecemos e Honramos.

Liana Utin guassu
Servidora/Presidente
Yvy Kuraxo -Pró Indigenas
www.expedicaovillasboas.com.br

de onde vem a palavra índio?

A palavra índio é fruto do engano dos primeiros colonizadores. Ao chegarem nas Américas, eles pensaram estar na Índia e então chamaram de índios os habitantes do continente!
No Brasil essa palavra é usada como sinônimo de indígena. Indígena quer dizer “aquele que é nativo e descendente dos povos originários de uma localidade”.

Antigamente a palavra silvícola também era bastante usada para denominar os índios. Silvícola quer dizer “quem nasce ou vive nas selvas”. O termo é totalmente inadequado, porque o que faz de alguém indígena não é o fato de viver ou ter nascido na selva.