quarta-feira, 27 de abril de 2011

SALVE O RIO SÃO FRANCISCO E SEUS POVOS!


As obras de transposição, as barragens hidrelétricas e as usinas nucleares ameaçam a sobrevivência deles.

De 02 a 05 de maio, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, os povos indígenas do Nordeste participarão do Acampamento Terra Livre, para denunciar os violentos impactos dos grandes projetos desenvolvimentistas nos territórios sagrados

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA MANIFESTAR A SUA SOLIDARIEDADE E ENCAMINHE ESTE EMAIL PARA SEUS CONTATOS

ASSINE A PETIÇÃO DA CAMPANHA OPARÁ

que será entregue durante o Acampamento

http://www.apoinme.org.br/index.php?option=com_jforms&view=form&id=3&Itemid=93

O Rio Opará (Rio-mar para os povos indígenas), conhecido como rio São Francisco, é a fonte de vida mais importante do semiárido do Nordeste brasileiro. Ele hospeda nas suas margens povos indígenas, comunidades quilombolas e pescadores tradicionais que dependem dele para viver.

A exploração desmedida dos seus recursos naturais com a construção das 7 barragens hidrelétricas, junto com os grandes empreendimentos de agronegócio, já diminuíram 70% da vegetação e dos peixes nativos, destruíram o ciclo da vazante que regulava as atividades produtivas das populações.

O projeto de transposição do curso do rio, capitaneado pelo governo brasileiro, é mais uma ameaça a vida do rio e dos povos tradicionais que desde sempre o respeitam e defendem. As águas transpostas serão privatizadas e destinadas ao agronegócio e indústrias, enquanto só o 4% será destinado a população do semiárido.

Nós, 33 povos indígenas impactados, denunciamos todas as formas de agressão ao rio São Francisco e de violação de nossos territórios sagrados, além da transposição repudiamos a construção de mais barragens hidrelétricas, das usinas nucleares e outras grandes obras do PAC.

CONTAMOS COM SEU APOIO!

Assine nossa petição para o Supremo Tribunal Federal, para que seja respeitado nosso direito constitucional ao território tradicional e para que sejamos consultados no que atinge nossas formas de vida.

Clique abaixo para assinar e depois encaminhe este email para seus contatos:

http://www.apoinme.org.br/index.php?option=com_jforms&view=form&id=3&Itemid=93

“Campanha Opará. Povos Indígenas em defesa do rio São Francisco”

http://www.apoinme.org.br

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DIA DO INDIO..INDÍGENA JAMAIS "ESQUECIDO" PORÉM HÁ QUE SER RESPEITADO!‏



CAROS IRMÃOS, PARENTES E AMIGOS..EM MEMÓRIA E RESPEITO

DIA DO INDIO...Sinceramente ESTAMOS CANSADOS de "COMEMORAÇÕES" em DIAS ...Não há o que se DIZER E SIM O QUE SE BUSCAR FAZER, SEM DESCULPAS, sem ESTRATÉGIAS DE FAZ DE CONTA, OU JOGOS DE PODER! VAIDADES E POLÍTICAS QUE DE NADA ADIANTAM,PORQUE... PARTEM DE PREMISSAS APENAS DE um âmbito E nada coletivas! Leis??? que Leis??? ONDE ESTAMOS INDO com relação à CONEXÃO COM A MÃE TERRA?
Estamos vendo e revivendo passados tortuosos dia após dia! Monstruosas TRAGÉDIAS ,mas parece que a HUMANIDADE SE ACOSTUMOU A "NÃO VER".
CEGUEIRA PIOR É REALMENTE A NÃO QUERER "ENCHERGAR" DE ONDE VIEMOS, QUEM SOMOS,?
O que se FAZ A TERRA E AOS FILHOS DESTA TERRA?
Por outro lado..ESTAMOS VIVOS E BEM VIVOS! EM PÉ!! E EM MEMÓRIA A TANTOS IRMÃOS E IRMÃS QUE SE FORAM E OUTROS TANTOS DESAPARECIDOS, AQUI ,E NO MUNDO, INDIOS E NÃO INDIOS, ELEVAMOS NOSSO RESPEITO PROFUNDO E ETERNO!
A TODAS as ETNIAS, aos "SEPÉ TIARAJÚ"(MUITOS QUE VIVEM EM NOSSOS ESPÍRITOS) E SE ETERNIZAM EM CADA GUERREIRO, COMO LAUTAROS LONKONS, COMO MARÇAL TUPÃ,CACIQUE VERON..SÃO TANTOS ,NÃO?
As PERDAS DE AGORA E AS QUE NÃO SE VÊ, JOANA CALFUNAO(MAPUCHE) PATRÍCIA TRONCOSO,GUERREIROS E GUERREIRAS PATAXÓ, MAPUCHE, GUARANI, tantos que suportam torturas diárias , perseguição, cárcere, e TANTOS nas ruas abandonados e que ficam em silêncio sem DIZER NADA!
E ninguém sabe! Muitos em GREVE DE FOME Na América Latina e outros ..TANTOS no Brasil e no Mundo..MORREM direta e indiretamente POR VIOLÊNCIA nos mais DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIAS E VIOLAÇÕES!
Nos perguntamos sempre.:"OS QUE ESTÃO VIVOS" e que tem PODER E DECISÃO e caminhos para MUDANÇAS que são URGENTES...O QUE FAZEM? O que FAZ Á SOCIEDADE FRENTE Á TUDO QUE "VÊ" E AO QUE NÃO QUER VER?
Cremos que DEVEMOS PENSAR PROFUNDAMENTE UM MODO COLETIVO DE PROMOVER SOLUÇÃO no dia após dia, por que SILENCIAR é IMPOSSIVEL e NO DIA DO "INDIO" O INDÍGENA mais que NUNCA SERÁ ESQUECIDO E DEVERÁ "SER" RESPEITADO!! ASSIM COMO TODOS INDÍEGNAS E NÃO INDÍGENAS!
Liana Utinguassú
Tata'endy
Iporã ETÉ AGUYJEVETE


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terça-feira, 19 de abril de 2011

No mês do Índio, um texto especial



Vou contar uma história que diferentemente das outras não irá começar com o “Era uma vez” e para você saber o porquê basta acompanhar essa viagem com o seu coração, e juntos iremos descobrir a verdadeira essência do que é ser índio Tuxá. Você irá descobrir como viver feliz, cultivando o amor, respeitando o próximo como a si mesmo bem como a vivenciar as coisas do mundo com a força de Tupã.

Meus parentes indígenas ou não,
Como contar essa linda história sem
Está tomado pela emoção.
Sou do rio, ribeirinho sou Tuxá
E no Rio São Francisco do outro lado de lá
Encontrei o meu lugar a minha nação Proká
Rua Felipe Camarão, Ilha da Viúva vou recordar
Morada ao pé da serra que os caboclos
A índia bem pequenininha mandou chamar.

A nosa raiz está no Sorobabel, está na arte do rio
Enfrentando cachoeiras, descendo e subindo o rio
És ilha, alimento, paraíso, natureza, encanto e canto do rio.
Capitão João Gomes Apax Caramuru é raiz
Manuel de Souza é raiz
O pajé Armando Gomes dos Santos é raiz
Raul Valério é raiz
Manoel Novais é raiz
Manoel Eduardo Cruz “Bidú” é raiz
Vieira é raíz
Os tuxá sabem quem são essas raízes
E por isso nossa árvore tem raiz.
Vivenciamos as frentes pastoris e missionárias
Nossa aldeia surgiu de um dessas missões
A São João Batista de Rodelas, onde diferentes povos
Deram origem ao povo Tuxá.
Karirí, Acará, karuru, Xucuru
E a nossa voz Procá calada pelo chegar
Curraleiros, colonizadores, latifundiários da Casa da Torre, religiosos
Todos passaram por cá e hoje marcas tristes ainda temos que curar.
Capitão Francisco Rodelas deu nome ao lugar
Sua bravura e coragem fizerem o povo prosperar
Avisa capitão o dilúvio está chegando
O destino desse povo agora está em pranto

Não vou falar desse fato agora
A vida antes era tão boa que não cabe a tristeza agora
Meu Cari, meu Piau, meu Surubim, minha batata doce.
Minha capivara, camaleão muitas caças
Acompanhadas de contos de diversão.

Hoje, com boa parte da fauna e flora destruída
Digo a você “Progresso”
Você, quase que acaba com a minha vida
Eu tinha a minha roça a minha cebola e fartura de montão
Tinha canoa, barco a motor, a vela e a remo
Avistava meu serrote encantado ao extremo
Na ilha tinha trabalho, as lendas, e visões
Meu canto tem o Velho Chico, tem o Serrote
Meu São João Batista, por favor, me acode

Protetor dos Tuxá, que faz da nossa cultura
A religião católica e a crença indígena se misturar
Oi cabocla do mato só vem folgar
O toré e a jurema chamam os encantados
E vamos todos regimá
Vou dançando com meu canto entoando
Meus antepassados escutam meu maracá

Levanta o espírito Tuxá, que a coragem e alegria há de chegar
É só pisar o Toré com força e animação, para receber a benção
E os males espantar
Minha árvore sagrada é a juremá
Com ela faço o meu ritual o “particular”.
Que é o ponto forte da ciência Tuxá.
O contato com o homem branco
Fez até a nossa igreja se descolar
Se antes era voltada para a nossa aldeia
Agora para os invasores ela está a olhar
De protagonistas a coadjuvante da história local
Passamos a ficar, e até a minha morada eu a vi inundar
Nosso São João Batista continua a nos olhar
Acompanhando todas as mudanças
Enfrentadas pelos Tuxá.

Nossa cultura está cada vez mais forte
Da forma que o mundo está
Tentando nos iludir, mas sabemos ir e voltar
Não importa o meu rosto, minha roupa o meu cabelo
O que vale é ser para sempre um Tuxá guerreiro.
A inundação ocorreu em 1987
Tristeza, desolação e abandono
Tuxá, teve que enfrentar
Com lágrimas e sangue derramando.
E, no entanto, as águas da Barragem
A nossa cultura não conseguiu inundar.

Hoje tem a divisão que nos causa frustração
Tem tuxá em Rodelas, Ibotirama, Banzaê e Inajá
A distância não importa quando sabemos lutar
Lutar por dias melhores e para a união reinar.
Depois de mais de 20 anos da mudança para um novo território
No início dificuldades tivemos que enfrentar
Mas para os Tuxá nada é impossível e pode o aterrorizar
Organizar a vida e se adaptar são feitos históricos
Que a sociedade deve olhar com outro olhar
Não ficamos civilizados nem educados da forma deles
Apenas aprendemos o que nos é necessário para não ser inferior a eles

Nesse mundo infestado de injustiças e violências sem fim
O meu “Patrimônio Tuxá” nunca irão destruir
Minha identidade e tradição
Que muitos como uma estaca no peito
Perderam a noção, que o melhor da vida
É ser e lutar pelo o que manda o coração.

Que bom que moramos juntos

Que bom que estamos na luta com os nossos parentes

Que bom que respeitamos o íntimo do ser humano

Que bom que temos os mais velhos sábios, de conhecimentos sem fim.

Que bom que na nossa aldeia tem mulheres guerreiras

Que bom que temos crianças e jovens apaixonados pela nossa cultura

Que bom que temos mostrado para o mundo que os Tuxá

Tem consciência que não há como mudar o início da história

Ou viver sem denunciar as mazelas sofridas pelos indígenas

Nós não podemos mudar o começo
Mas o que se tem visto é que os Tuxá estão construindo
Um novo fim…

De realizações, vitórias, sonhos reais, construção coletiva, parcerias, integridade, solidariedade, humanismo, sabedoria, conquistas, respeito e amor a causa Indígena e a nossa mãe terra.

Dessa forma nos podemos bater no peito e gritar!!!

“Somos Índios da Tribo Tuxá Nação Proká Pragaga do Arco e Flecha e Maracá Malacutinga Tuá Deus do Ar”.



Autor: Jandair Ribeiro de Oliveira – Tuxá
Graduando de Pedagogia da UEFS.

Membro do Conselho de Desenvolvimento e Participação das Comunidades Negras e Indígenas de Feira de Santana-CONDECINI.
Secretário Geral do DCE/UEFS.
Membro do Núcleo dos Estudantes Indígenas Universitários da Bahia-NEIUB.

Jandair-Tuxá: (75) 8862- 0417.

Dia do Índio é marcado por manifestações sul da Bahia

Indígenas protestam contra as péssimas condições em que vivem e os problemas e dificuldades em acessar serviços básicos de saúde e educação específica e diferenciada
Estudantes e professores indígenas do povo Tupinambá de Olivença, sul da Bahia, aproveitam as comemorações do Dia do Índio para fazerem protesto sobre as péssimas condições em que se encontram as estradas em suas aldeias, bem como as diversas dificuldades que enfrentam na questão da Educação Escolar Indígena.
A manifestação ocorre no quilômetro 18 da rodovia Ilhéus/Olivença, na entrada de Olivença quase em frente ao Batuba. "Esta situação tem se tornado insuportável para as nossas crianças. Os ônibus nunca conseguem transitar nas estradas e isso vem prejudicando muito o nosso calendário escolar. A educação, que já é precária, se torna ainda pior sem a possibilidade das nossa s crianças chegarem nas escolas", reclama o cacique e professor Valdenilson, uma das liderança da manifestação.
Um grupo de lideranças deverá protocolar ainda hoje um pedido de providências junto ao Ministério Público Federal (MPF) de Ilhéus, e também à Funai, solicitando providências sobre a grave e constante situação em que vivem as comunidades do povo Tupinambá na região.

Contatos podem ser feitos com as lideranças:
Cacique Valdenilson: (73) 9936-8145
Cláudio Magalhães: (73) 8815-7735

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Povo Guarani realiza encontro na Aldeia Ribeirão Silveira


A Aldeia Ribeirão Silveira, em Bertioga, realizou no último final de semana (25 a 27/02) o ‘Encontro dos Povos Guaranis’, com o objetivo de preservar a cultura indígena, principalmente entre os mais jovens. Durante o evento, práticas da cultura Guarani, como o preparo de alimentos, as danças e os cantos, foram desenvolvidas. Para o cacique da tribo, Adolfo Timóteo, o evento também foi uma forma de confraternização.
Um dos pontos altos da festa foi o batismo das crianças, realizado pelo pajé Inácio. “Fazemos a cerimônia com mel, como forma de mostrar a beleza da cultura Guarani”, contou. Para o pajé, a cerimônia de batismo é a forma de demonstrar para os mais jovens a importância de Deus. “Ele criou todas as coisas”, considerou.

Centro Comunitário
Como parte das comemorações do Encontro, no sábado (26), o prefeito de Bertioga, Mauro Orlandini (DEM) assinou a autorização para publicação do edital de licitação para início das obras do Centro Comunitário Guarani.
O equipamento será viabilizado por meio de convênio entre a prefeitura e a Secretaria de Estado da Habitação, com recursos de R$ 210 mil. A área tem cerca de 12 mil m² e fica em terras indígenas, próximo ao trevo da Juréia, em São Sebastião.
No local, os índios poderão comercializar o artesanato, realizar cursos e palestras. Atualmente, o artesanato é comercializado às margens da rodovia Rio-Santos (SP-55).



Dança e música
Ainda durante o Encontro, a comunidade Guarani realizou apresentação de dança e música para o público presente, composto por secretários da Administração, o presidente da Câmara, Marcelo Vilares (PTB) e membros da Imprensa.
http://www.costanorte.com.br/index.php/editorias/cidades/bertioga/p...

Fonte: Liana Utinguassú

terça-feira, 12 de abril de 2011

3ª Edição do Projeto Índio no Museu em destaque na abertura da Semana do Índio


Uma extensa e variada programação acontece no Museu do Índio na semana comemorativa do Dia do Índio (19/04).

As atividades começam no dia 15/04 (sexta-feira), às 19h, com a inauguração das exposições Iny Mahãdu (TO) em mais uma edição do Projeto Índio no Museu. Nos espaços expositivos, os visitantes vão ter contato com a cultura e a arte do povo Iny, também conhecido como Karajá, em mostras etnográfica, fotográfica, instalação e vídeos.

No Dia do Índio, às 10h, haverá apresentação do grupo de canto e dança Karajá Iny Bededyynana (TO). Às 19h, os 26 jovens voltam a se apresentar, durante o lançamento de três publicações sobre temas indígenas, entre elas, “A Cena do Dia do Índio na TV", da jornalista Cristina Botelho. Na ocasião, serão lançados, também, um vídeo-documentário e um site, com versão em Guarani Mbya, realizados em parceria do MI com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

A semana comemorativa, que acontece de 15 a 20 de abril, vai oferecer, ainda, aos visitantes, múltiplas atividades, como apresentações de canto, dança e luta, além de oficinas interativas de cerâmica Karajá. Os interessados em participar das oficinas devem se inscrever com antecedência pelo telefone (21) 3214-8730 / 3214-8731 (20 vagas por sessão). Veja abaixo a programação completa.

Os Iny Mahãdu (Karajá)

Atualmente, o povo Iny conta com uma população de aproximadamente 3.200 pessoas distribuídas em 16 aldeias nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Com palha de buriti, barro e madeira, os Iny fazem objetos usados no cotidiano e nos rituais. Nestas peças, podemos acompanhar tanto o uso de técnicas tradicionais quanto inovações interessantes na arte contemporânea desse povo. A língua Karajá - Inyrybe (a fala dos Iny) - pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, sendo ativamente falada por todas as gerações na maioria das aldeias.

Programação da Semana Comemorativa do Dia do Índio

Dia 15/04 (sexta-feira)
19h - Inauguração das exposições Iny Mahãdu (Karajá), lançando a terceira edição do projeto Índio no Museu.
- Apresentação do grupo de canto e dança Karajá Iny Bededyynana (TO).

Dia 16/04 (sábado)
15h - Oficina de cerâmica Karajá
16h - Apresentação de danças e cantos com o grupo Karajá Iny Bededwnana

Dia 17/04 (domingo)
16h – Apresentação de luta tradicional Karajá

Dia 18/04(segunda-feira)
10h e 15h - Apresentação de luta tradicional Karajá

Dia 19/04 (terça feira) - DIA DO ÍNDIO
10h - Apresentação de cantos e danças com o grupo Karajá Iny Bededyynana (TO)
15h – Apresentação de cantos e danças com o grupo Karajá Iny Bededyynana (TO)
16h - Oficina de pintura Karajá
19h - coquetel de lançamento de três publicações:”A Cena do Dia do Índio na TV” – Cristina de Jesus Botelho Brandão, “CantoBrilho Tikmu’un no limite do País fértil” – Rosângela Pereira de Tugny , ”Legislação ambiental e indigenista: uma aproximação ao direito socioambiental no Brasil” – Luis Fernando Pereira (in memoriam); lançamento de site MI/ SEEDUC(em Português e na língua Guarani Mbyá ); lançamento do Vídeo-documentário do Projeto Povos Indígenas: conhecendo para valorizar (parceria MI/SEEDUC/RJ; apresentação de cantos e danças pelo grupo Karajá Iny Bededyynana (TO).

Dia 20/04 (quarta-feira)
10h - apresentação de cantos e danças com o grupo Karajá Iny Bededyynana (TO)
15h – apresentação de luta tradicional Karajá

Inscrições únicas e antecipadas para as duas oficinas pelo telefone (21) 3214-8730 / 3214-8731 (20 vagas por sessão).

Fonte: Museu do indio

sexta-feira, 8 de abril de 2011

FUNAI MENTE SOBRE BELO MONTE E RESSUSCITA CRITÉRIOS RACISTAS DE INDIANIDADE


Após a reação arrogante e equivocada do Ministério de Relações Exteriores à decisão da Organização dos Estados Americanos – OEA, que recomenda a suspensão do licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, mais uma representação governamental, a Fundação Nacional do Índio (Funai), revela o descontrole do Governo brasileiro ao receber tal recomendação. Em nota publicada no dia 5, há uma tentativa clara de confundir a opinião pública através da falsa informação da realização das consultas às comunidades indígenas, conforme estabelece o Artigo 231 da Constituição brasileira e a Convenção 169 da OIT.

As reuniões realizadas por técnicos da Funai nas aldeias indígenas possuem caráter meramente informativo e constituem parte dos Estudos de Impacto Ambiental. Todas elas foram gravadas em vídeos. Nas gravações os técnicos explicam aos índios que as consultas seriam feitas depois.
Ao afirmar, na referida nota, que “nas TIs Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu e Juruna do Km 17, vivem populações que passaram por processos de miscigenação, isto é, que se misturaram com população não indígena”, a Funai reforça a visão racista, ainda predominante na sociedade brasileira, sobre a existência de duas categorias indígenas, os índios puros e os índios misturados. Com essa distinção, de maneira sutil, o órgão insinua que na aplicação dos direitos indígenas poderia haver uma diferenciação, onde os primeiros, por serem puros, teriam mais direito do que os segundos.

Esse comportamento lembra o episódio ocorrido em 1980 quando a Funai tentou estabelecer os chamados “Critérios de Indianidade” que definiam como indicadores da condição de indígena o indivíduo com “mentalidade primitiva, características biológicas, psíquicas e culturais indesejáveis, presença de mancha mongólica ou sacral, medidas antropométricas, desajustamento psíquico-social etc.”. Graças à ampla mobilização dos povos indígenas e seus apoiadores a iniciativa foi frustrada.

O que chama a atenção é o fato dos referidos critérios também terem surgido como resposta do Governo brasileiro a uma demanda internacional. Na época, o então presidente da Funai, Nobre da Veiga, na condição de executor da tutela do Estado sobre os indígenas, tentou impedir que o líder Xavante, Mário Juruna, viajasse à Holanda para participar do IV Tribunal Russel, sob a alegação de que o indígena estava proibido de apresentar denúncia contra o Governo. A viagem somente foi possível após o julgamento, pelo Tribunal Federal de Recursos, de Habeas Corpus em favor de Mário Juruna, impetrado pelos advogados Paulo Machado Guimarães e José Geraldo de Sousa Júnior. Juruna ainda se encontrava na Holanda, quando numa atitude revanchista, a Funai divulgava no Brasil um documento de seis páginas com a descrição minuciosa dos “critérios de indianidade”.

Considerando-se o avanço ocorrido na legislação indigenista brasileira ao longo dos últimos 30 anos, sobretudo com a aprovação da Constituição Federal de 1988 e posteriormente a ratificação, pelo Estado brasileiro, da Convenção 169 da OIT, que reconhece aos índios o direito à auto-identificação, não se pode admitir que a Fundação Nacional do Índio faça uso de artifícios preconceituosos e discriminatórios, próprios do período ditatorial da história do Brasil.

O Conselho Indigenista Missionário repudia veementemente esse tipo de procedimento, que em nada contribui para o processo de mudança da mentalidade colonialista que ainda predomina no nosso país.

Brasília, 07 de abril de 2011.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Terenas de Cachoeirinha estão sob ameaça de despejo


Indígenas do povo Terena da Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda (MS), estão acuados por fazendeiros. O grupo realizou ontem (4) retomada das fazendas Charqueado e Petrópolis, esta última de propriedade do ex-governador do estado, Pedro Pedrossian. Parte das áreas ocupadas estão dentro da terra reconhecida como de ocupação tradicional dos Terena.
Conforme relatos, logo que entraram na fazenda Charqueado, os Terena sofreram intimidações. “Abordaram nossos companheiros (Terena) e ameaçaram tomar a moto de um deles se ele não informasse sobre quem estava na ação. Os policiais também ameaçaram invadir a Charqueado durante a noite”, denuncia Vahelé.
Já na Petrópolis, 20 pistoleiros ameaçavam os Terena dando tiros para o alto, apesar da presença da Polícia Militar. É a terceira vez que os Terena retomam a área. Em maio de 2010, após permanecer por sete meses na fazenda, a comunidade foi violentamente desalojada com o uso de bombas de gás lacrimogêneo, cães e balas de borracha.
Hoje pela manhã, cerca de 10 caminhonetes chegaram ao local. Desde então, diversas pessoas estão sentadas em frente ao acampamento indígena. Diversos policiais militares e civis, bem como a Polícia Rodoviária Federal estão no local, o que intriga a comunidade, já que não cabe a essas polícias agir nessas situações. Questões relacionadas aos povos indígenas devem ser tratadas pela Polícia Federal e órgãos federais competentes.
O clima no local é de tensão e medo. Os indígenas temem ataques por parte dos fazendeiros, que a todo instante gritam que retirarão o grupo do local, durante a noite, nem que para isso seja necessário abrir fogo contra os indígenas. Outro temor é que ocorra um desalojamento ilegal nas áreas retomadas hoje, como aconteceu em 2009, em Sidrolândia (MS).
Na ocasião, sem que houvesse ordem judicial de reintegração de posse, policiais militares e fazendeiros expulsaram ilegalmente os indígenas Terena da Terra Indígena Buriti. Ainda que houvesse decisão judicial nesse sentido, este tipo de operação envolvendo terras indígenas caberia somente à Polícia Federal. O inquérito deste caso, instaurado pela Polícia Federal, está em andamento.

Área retomada
A área retomada é uma pequena parte do total de 36.288 hectares da TI Cachoeirinha, já reconhecida como terra tradicionalmente ocupada pelo povo Terena, conforme o Relatório de Identificação publicado no Diário Oficial da União (DOU), em 2003.
Além da identificação, em 2007 foi assinada a Portaria Declaratória dos limites da terra indígena pelo ministro da Justiça. O procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso em 2010, por decisão liminar proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em beneficio do ex-governador do MS.
Desde a assinatura da Portaria Declaratória, pouco se avançou para a conclusão definitiva da demarcação, ainda restando pagamentos de benfeitorias aos ocupantes não índios, a demarcação física da área e a assinatura do Decreto de Homologação pela Presidenta da República.
Após oito anos de espera, desde a publicação do relatório de identificação, o índio Vahelé Terena espera que as ações de hoje sirvam para pressionar o Supremo Tribunal Federal. “O processo ficou parado, ninguém fez mais nada. A Funai ficou negociando as benfeitorias, mas os fazendeiros se recusam a receber o dinheiro”, explica Vahelé. “Inclusive, já tem fazendeiro fazendo venda ilegal das terras. Na charqueado nem tem mais gado. Essa terra está no nome do fazendeiro, mas está na mão de um comerciante de Miranda que já ameaçou a comunidade”, continua.

Fonte: Cleymenne Cerqueira
Cimi - Assessora de Comunicação