sexta-feira, 28 de agosto de 2009
governo lula
Em 2008 o governo do presidente Lula bateu mais um recorde em relação aos povos indígenas: homologou apenas uma terra indígena.
tensão e medo na iminência de mais um despejo do Povo Guarani-Kaiowá no MS
"Se sairmos daqui, não sei para onde ir. Não temos para onde ir", assim fala o cacique Faride da terra indígena Laranjeira Ñande Ru, acampamento Guarani-Kaiowá, situado no município de Rio Brilhante. No dia 26 de agosto expirou o prazo de 90 dias dado pela desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), Marli Ferreira, em São Paulo, para que a comunidade de 35 famílias (em torno de 130 pessoas, das quais 60 são crianças e adolescentes) deixasse os 420 hectares que atualmente ocupam.
Além da ordem de despejo, ainda não foram realizados os estudos antropológicos de identificação da terra por força de outra decisão dada pelo TRF3 que suspendia as portarias da Fundação Nacional do Índio (Funai) relativas aos Grupos de Trabalho no Mato Grosso do Sul. Decisão essa que só foi suspensa recentemente no dia 26 de agosto.
Rostos pintados e tensos demonstravam a apreensão em esperar chegar a ordem de despejo. Um grupo de indígenas esperava na beira da rodovia, notícias que pudessem aliviar a tensão.
Na entrada da fazenda, uma grande corrente e um cadeado fecham a porteira que abre a passagem para o acampamento, que fica há 3,5 km da estrada, cercado por plantações de milho e canaviais existentes nesta região por todos os lados. Crianças, muitas crianças vêm ao nosso encontro. No que restou da mata na propriedade, os barracos de lona aparecem no meio das árvores. Um pequeno córrego abastece o acampamento.
A comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Laranjeira Ñande Ru retornou à sua terra de origem no final do ano de 2007 e reivindicam 3.666 hectares como sendo terra tradicional de seus antepassados. Vieram da aldeia Panambi, que tem 1.240 hectares onde vivem cerca de 350 famílias, na região de Douradina, que se tornou mais um confinamento pelo crescente aumento da população.
Vivendo em condições miseráveis, eles sobrevivem das cestas da Funai, que a cada 15 dias chegam no acampamento. Não podem plantar nada no local, vigiado constantemente por seguranças armados contratados pelo fazendeiro que mantinham os indígenas em constante ameaça e tensão.
Segundo a índia Ilda Barbosa de Almeida, duas crianças já morreram no local por que o socorro esperado da Funasa, não pôde entrar na propriedade. Um menino de oito anos teve uma complicação pulmonar e precisava ser levado ao hospital, mas os seguranças armados não deram permissão para que o carro pudesse entrar. O mesmo aconteceu com um bebê de um ano e sete meses, que teve que ser removido pelos indígenas até a beira da rodovia pelo meio do mato em estado grave de desidratação. Ambos vieram a falecer no hospital.
Também são computados um atropelamento e três suicídios. Dois deles aconteceram antes de dois pedidos de reintegração de posse do fazendeiro. O medo, a constante tensão e a falta de perspectiva de ainda ter condições piores de vida, levam muitos deles a preferir a morte. O índice de suicídios entre os Guarani-Kaiowá estão entre os piores do mundo.
Enquanto isso, a comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Laranjeira Ñande Ru, segue vivendo com muita tensão e medo, na iminência de serem despejados para beira de estradas, mas aguardam com muita reza e cantos antigos, julgamento de recurso do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União para reverter a ordem de despejo.
Cimi – Regional Mato Grosso do Sul
Além da ordem de despejo, ainda não foram realizados os estudos antropológicos de identificação da terra por força de outra decisão dada pelo TRF3 que suspendia as portarias da Fundação Nacional do Índio (Funai) relativas aos Grupos de Trabalho no Mato Grosso do Sul. Decisão essa que só foi suspensa recentemente no dia 26 de agosto.
Rostos pintados e tensos demonstravam a apreensão em esperar chegar a ordem de despejo. Um grupo de indígenas esperava na beira da rodovia, notícias que pudessem aliviar a tensão.
Na entrada da fazenda, uma grande corrente e um cadeado fecham a porteira que abre a passagem para o acampamento, que fica há 3,5 km da estrada, cercado por plantações de milho e canaviais existentes nesta região por todos os lados. Crianças, muitas crianças vêm ao nosso encontro. No que restou da mata na propriedade, os barracos de lona aparecem no meio das árvores. Um pequeno córrego abastece o acampamento.
A comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Laranjeira Ñande Ru retornou à sua terra de origem no final do ano de 2007 e reivindicam 3.666 hectares como sendo terra tradicional de seus antepassados. Vieram da aldeia Panambi, que tem 1.240 hectares onde vivem cerca de 350 famílias, na região de Douradina, que se tornou mais um confinamento pelo crescente aumento da população.
Vivendo em condições miseráveis, eles sobrevivem das cestas da Funai, que a cada 15 dias chegam no acampamento. Não podem plantar nada no local, vigiado constantemente por seguranças armados contratados pelo fazendeiro que mantinham os indígenas em constante ameaça e tensão.
Segundo a índia Ilda Barbosa de Almeida, duas crianças já morreram no local por que o socorro esperado da Funasa, não pôde entrar na propriedade. Um menino de oito anos teve uma complicação pulmonar e precisava ser levado ao hospital, mas os seguranças armados não deram permissão para que o carro pudesse entrar. O mesmo aconteceu com um bebê de um ano e sete meses, que teve que ser removido pelos indígenas até a beira da rodovia pelo meio do mato em estado grave de desidratação. Ambos vieram a falecer no hospital.
Também são computados um atropelamento e três suicídios. Dois deles aconteceram antes de dois pedidos de reintegração de posse do fazendeiro. O medo, a constante tensão e a falta de perspectiva de ainda ter condições piores de vida, levam muitos deles a preferir a morte. O índice de suicídios entre os Guarani-Kaiowá estão entre os piores do mundo.
Enquanto isso, a comunidade indígena Guarani-Kaiowá de Laranjeira Ñande Ru, segue vivendo com muita tensão e medo, na iminência de serem despejados para beira de estradas, mas aguardam com muita reza e cantos antigos, julgamento de recurso do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União para reverter a ordem de despejo.
Cimi – Regional Mato Grosso do Sul
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
a profecia de Orlando Villas-Bôas
"São comuns as narrativas em que os índios aparecem como irresponsáveis predadores da própria natureza em seu todo; matando, destruindo, incendiando. ABSURDO. Como ninguém, eles se consideram parte da Natureza em que vivem, têm por ela um respeito que nossa civilização perdeu há muito tempo." (Orlando Villas-Bôas - sertanista)
em cartaz no Museu do Índio
O Museu do Índio tem como uma de suas missões divulgar o conhecimento, de natureza material e imaterial, produzido pelos povos indígenas no Brasil.
Exposições com recursos tecnológicos de última geração e atividades culturais são promovidas com a presença de monitores indígenas, dando especial atenção ao público infantil.
Visite nossas exposições e conheça um pouco das culturas indígenas.
* ESPAÇO MUSEU DAS ALDEIAS: “Ritual da Imagem, Arte Asurini do Xingu”
Arte cerâmica, grafismo, pintura corporal e ritual, além de peças do acervo do Museu do Índio (1978-1982) e da produção contemporânea dos Asurini. GRÁTIS.
* ESPAÇO MURO DO MUSEU:“Ashaninka – Retratos”
A mostra apresenta 20 painéis fotográficos em P&B, realizadas, no período de 2004 a 2006, na Terra Indígena Kampa do Rio Envira (AC). GRÁTIS.
* CASARÃO CENTRAL: “A Presença do Invisível: Vida Cotidiana e Ritual entre os Povos Indígenas do Oiapoque”
Na mostra, são utilizadas inovações cênicas e tecnológicas que valorizam patrimônios culturais dos povos indígenas que habitam o Norte do Amapá. Entrada: R$3,00.
Visitação:
De 3ª a 6ª feira, das 9h às 17h30min.
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
Assessoria de Comunicação Social / Museu do Índio
Rua das Palmeiras 55 – Botafogo. Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 3214-8705. Telefax: (21) 3214-8703.
Exposições com recursos tecnológicos de última geração e atividades culturais são promovidas com a presença de monitores indígenas, dando especial atenção ao público infantil.
Visite nossas exposições e conheça um pouco das culturas indígenas.
* ESPAÇO MUSEU DAS ALDEIAS: “Ritual da Imagem, Arte Asurini do Xingu”
Arte cerâmica, grafismo, pintura corporal e ritual, além de peças do acervo do Museu do Índio (1978-1982) e da produção contemporânea dos Asurini. GRÁTIS.
* ESPAÇO MURO DO MUSEU:“Ashaninka – Retratos”
A mostra apresenta 20 painéis fotográficos em P&B, realizadas, no período de 2004 a 2006, na Terra Indígena Kampa do Rio Envira (AC). GRÁTIS.
* CASARÃO CENTRAL: “A Presença do Invisível: Vida Cotidiana e Ritual entre os Povos Indígenas do Oiapoque”
Na mostra, são utilizadas inovações cênicas e tecnológicas que valorizam patrimônios culturais dos povos indígenas que habitam o Norte do Amapá. Entrada: R$3,00.
Visitação:
De 3ª a 6ª feira, das 9h às 17h30min.
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
Assessoria de Comunicação Social / Museu do Índio
Rua das Palmeiras 55 – Botafogo. Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 3214-8705. Telefax: (21) 3214-8703.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
pela primeira vez na Tv - O Espírito da Floresta
A TV Brasil exibe em primeira mão no dia 21, sexta-feira, o documentário de longa metragem Juruna, o espírito da Floresta, do cineasta Armando Lacerda. Segundo o diretor e produtor, o filme pretende mostrar as diferenças que separam e estigmatizam os povos indígenas e resgatar a história do cacique Xavante, ex-deputado Mário Juruna, personagem excepcional na história política do Brasil.
Único indígena a ocupar cadeira no Parlamento, Mário Juruna é apresentado no filme pelo filho primogênito – Diogo Amhó – que atravésde seus parentes resgata a memória do pai e a trama de sua história no complexo mundo dos povos indígenas. O enredo do filme mostra aresistência e sobrevivência das comunidades indígenas diante do avanço da “civilização” e propicia uma reflexão sobre a conjuntura político-social brasileira, da metade do século 20 até o presente momento.
Para ilustrar com riqueza de detalhes a biografia de Mário Juruna, o diretor Armando Lacerda usa passagens inéditas da trajetória do líder Xavante até seu ingresso na vida pública. Mário Juruna foi a voz dos povos indígenas ao denunciar o genocídio e o descaso das autoridades com esta cultura. Para o povo Xavante, resgatar a imagem da sua mais expressiva liderança no meio da cidadania branca é contribuição que preenche uma lacuna incompreensível. (Fonte: EBC- Brasília)
Veja o video:
http://www.youtube.com/watch?v=2x3cHmDKJOo&feature=related
Único indígena a ocupar cadeira no Parlamento, Mário Juruna é apresentado no filme pelo filho primogênito – Diogo Amhó – que atravésde seus parentes resgata a memória do pai e a trama de sua história no complexo mundo dos povos indígenas. O enredo do filme mostra aresistência e sobrevivência das comunidades indígenas diante do avanço da “civilização” e propicia uma reflexão sobre a conjuntura político-social brasileira, da metade do século 20 até o presente momento.
Para ilustrar com riqueza de detalhes a biografia de Mário Juruna, o diretor Armando Lacerda usa passagens inéditas da trajetória do líder Xavante até seu ingresso na vida pública. Mário Juruna foi a voz dos povos indígenas ao denunciar o genocídio e o descaso das autoridades com esta cultura. Para o povo Xavante, resgatar a imagem da sua mais expressiva liderança no meio da cidadania branca é contribuição que preenche uma lacuna incompreensível. (Fonte: EBC- Brasília)
Veja o video:
http://www.youtube.com/watch?v=2x3cHmDKJOo&feature=related
terça-feira, 18 de agosto de 2009
quadro geral dos povos indígenas no Brasil
Os números desta listagem são aproximados, devido aos muitos problemas de censo, principalmente nos casos das etnias que se encontram espalhadas em várias terras, cujos censos foram feitos em épocas e por instituições diferentes.
Veja o quadro:
http://pib.socioambiental.org/pt/c/quadro-geral
Veja o quadro:
http://pib.socioambiental.org/pt/c/quadro-geral
jornal PORANTIM - agosto 2009
Indigenas, quilombos, ribeirinhos e comunidades eclesiais de base mostram uma maneira sustentável de conviver com o meio ambiente.
Veja o Jornal:
http://www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1249597103_Porantim%20317.pdf
Veja o Jornal:
http://www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1249597103_Porantim%20317.pdf
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
depoimento de Daniel Matenho Cabixi, do Povo Pareci - Aldeia de Rio Verde (Mt)
Vi muitas pessoas postarem-se diante de mim, um índio, e ficar horas e horas a olhar-me. Além de lançarem uma série de perguntas, entre elas, se não existe mais índio brabo. Penso comigo: que estarão elas pensando ?
Esforço-me para penetrar em seus pensamentos. Afinal, um descendente de índios selvagens, descendentes de seres mitológicos índios, está postado diante deles, de calça, camisa e sapatos. Neste momento, a imaginação desse povo simples voa pelo mundo da fantasia. Como será que vivem ? O que comem ? Será que ele pensa igual a nós ? Será que descende de comedores de gente ? Terá ele provado alguma carne humana? Tem ele algum sentimento humano de amor e compaixão ?
Enfim, percebo que as interpretações e comparações que nos fazem não passam da categoria de animais exóticos que habitam a natureza. Tenho vontade de fazê-los compreender o meu mundo, assim como cheguei a compreender o mundo deles.
Gostaria de dizer-lhes que faço parte de uma sociedade que possui normas de vivência harmônica entre homens e natureza. Gostaria de dizer-lhes que possuimos nossos valores sociais, políticos, econômicos, culturais e religiosos, que adquirimos através dos tempos, de geração em geração.
Gostaria de dizer-lhes que formamos um mundo equilibrado e justo de relações humanas. Dizer que como humanos somos sujeitos a falhas e erros. Dizer que nossos sentimentos mais íntimos são exteriorizados através da arte, da língua, da nossa religião, das festas acompanhadas de ritos e cerimônias. Dizer que conseguimos nossas experiências diante da vida e do universo.
Dizer que conseguimos chegar num equilibrado mundo prenhe de valores que transmitimos a nossos filhos, o que em outras palavras mais compreensíveis, é sinônimo de educação.
Gostaria de dizer-lhes também que tudo, tudo isso que vem sendo deturpado, desrespeitado e destruído. Dizer que estamos despertando para uma nova realidade. Estamos percebendo que todas as tentativas estão sendo feitas para acabar com nossos princípios já constituídos. Dizer que um de nossos objetivos fundamentais é levar a nossa comunidade o conhecimento desta realidade nova que nos rodeia. Do interesse em perpetuar nossos valores morais e culturais.
Dizer que estamos prontos para receber o que de útil a sociedade deles nos oferecer e rechaçar o que de ruim ela nos apresentar. Mas a cegueira etnocêntrica não permite este diálogo franco e sincero
(texto preparado em 1993)
Esforço-me para penetrar em seus pensamentos. Afinal, um descendente de índios selvagens, descendentes de seres mitológicos índios, está postado diante deles, de calça, camisa e sapatos. Neste momento, a imaginação desse povo simples voa pelo mundo da fantasia. Como será que vivem ? O que comem ? Será que ele pensa igual a nós ? Será que descende de comedores de gente ? Terá ele provado alguma carne humana? Tem ele algum sentimento humano de amor e compaixão ?
Enfim, percebo que as interpretações e comparações que nos fazem não passam da categoria de animais exóticos que habitam a natureza. Tenho vontade de fazê-los compreender o meu mundo, assim como cheguei a compreender o mundo deles.
Gostaria de dizer-lhes que faço parte de uma sociedade que possui normas de vivência harmônica entre homens e natureza. Gostaria de dizer-lhes que possuimos nossos valores sociais, políticos, econômicos, culturais e religiosos, que adquirimos através dos tempos, de geração em geração.
Gostaria de dizer-lhes que formamos um mundo equilibrado e justo de relações humanas. Dizer que como humanos somos sujeitos a falhas e erros. Dizer que nossos sentimentos mais íntimos são exteriorizados através da arte, da língua, da nossa religião, das festas acompanhadas de ritos e cerimônias. Dizer que conseguimos nossas experiências diante da vida e do universo.
Dizer que conseguimos chegar num equilibrado mundo prenhe de valores que transmitimos a nossos filhos, o que em outras palavras mais compreensíveis, é sinônimo de educação.
Gostaria de dizer-lhes também que tudo, tudo isso que vem sendo deturpado, desrespeitado e destruído. Dizer que estamos despertando para uma nova realidade. Estamos percebendo que todas as tentativas estão sendo feitas para acabar com nossos princípios já constituídos. Dizer que um de nossos objetivos fundamentais é levar a nossa comunidade o conhecimento desta realidade nova que nos rodeia. Do interesse em perpetuar nossos valores morais e culturais.
Dizer que estamos prontos para receber o que de útil a sociedade deles nos oferecer e rechaçar o que de ruim ela nos apresentar. Mas a cegueira etnocêntrica não permite este diálogo franco e sincero
(texto preparado em 1993)
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
cultura guarani
Nós os Guaranis Mbya estamos em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estamos na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Somos no Brasil a maior etnia indígena,somando aproximadamente 35 mil Guaranis. Acreditamos que o planeta foi feito por Nhanderu, o nosso deus. Ele fez muita coisa bonita; a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantamos, tudo o que criou foi para que usufruíssemos. Nhanderu também criou o Sol, e para nós, ele não é só uma simples estrela de luz própria, como é para os juruas. O Sol é um ser muito representativo para nós, porque foi ele quem criou o primeiro Guarani. É ele que ilumina a Terra e fornece a energia para que o planeta tenha essa energia positiva que dá a vida.Somos um povo bastante religioso. No nosso dia a dia, o guarani está sempre em busca ou ligado a essa força espiritual de Nhanderu, do Sol. Todas as coisas que fazemos - nosso trabalho, as brincadeiras das crianças - são voltadas para essa busca. Nosso calendário não é como o do jurua, ele é dividido em ara pyau, tempo novo e ara ymã, tempo velho. Essa divisão está ligada à trajetória que o Sol faz. O ara pyau para nós é o período de primavera e verão, quando o dia é mais longo e o sol faz uma caminhada maior, e o ara ymã é no outono e inverno, no período de frio, nesta época em que o dia é mais curto. Todos os dias nós nos encontramos na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu e os mais velhos ensinam as crianças o nosso conhecimento ancestral. Na aldeia nossa principal liderança é o xeramoi, o nome do pajé Guarani. Aprendemos, no nosso cotidiano, a importância de todos os seres e que cada elemento da natureza tem um espírito. O Guarani acredita muito nesses seres porque são eles que dão a vida para nós. Nos manda a chuva, a água e tudo que precisamos para nos manter vivos. Desta forma, estamos muito ligados à natureza. Se este ambiente acabar o Guarani ficará sem estrutura, então lutamos para manter tudo isso que Nhanderu criou. Com a vinda dos portugueses e a colonização, tivemos que nos fixar em territórios pequenos onde não podemos mais caçar e realizar outras atividades tradicionais. O Guarani vive porque mantêm essa força espiritual que faz com que ele fique em harmonia com a natureza e o faz se sentir forte. Hoje, nós Guarani Mbya, buscamos parceiros para defendermos nossos espaços, que mesmo demarcados, sofrem algum tipo de pressão. Parceiros que possam nos ajudar em mantermos tudo que foi nos deixado de bom. O jurua está acabando com o planeta Terra e nós estamos preocupados com isso.
(Marcos Tupã da aldeia Krukutu)
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
tu tu tu tupi guarani
Se você não aprendeu quando criança a importância de respeitar os Indíos, ainda há tempo.
Veja o video:
http://www.youtube.com/watch?v=G2H1eM4K60s
Veja o video:
http://www.youtube.com/watch?v=G2H1eM4K60s
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