quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Líder indígena Paulo Apurinã é preso por desacato pela PF ao embarcar em voo com cocar
Manaus - O presidente do Movimento Indígena de Reflexão do Amazonas, Paulo Apurinã, foi preso hoje à tarde, após desacatar dois policiais federais e um agente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro do check-in do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na zona oeste de Manaus.
Ele tentava embarcar em um avião que seguia para Belo Horizonte (MG) carregando um cocar com penas de arara, dentro da bolsa.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal (PF) do Amazonas, delegado Sérgio Fontes, Paulo se recusou a apresentar o Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani) e um documento de comprovação da legalidade do cocar, confeccionado com penas de animais silvestres. Ele ofendeu com palavras o agente ambiental Sebastião Lima Soares e ainda empurrou um policial federal, que havia lhe pedido calma. “Os dois agentes relataram que Paulo Apurinã, que se intitulou ‘cacique’, disse que ninguém podia tocá-lo, ‘porque estava acima da lei’. O índio, integrado à sociedade, pode ser detido pela polícia, caso cometa um crime. Neste caso, ele desacatou autoridades e resistiu à prisão”, afirmou.
Paulo disse que os dois policiais federais mentiram em depoimento e que agiram com truculência. “Eu estudo Direito e jamais falaria um absurdo desses”. Ele disse que estava levando o cocar para participar de uma conferência indígena em Belo Horizonte.
sábado, 19 de novembro de 2011
Polícia Federal investiga desaparecimento de líder indígena no MS
Policiais federais não encontraram o cacique Nísio Gomes, 59, que teria sido baleado ontem (18) de manhã num acampamento construído no início de novembro aos arredores de Amambai e Aral Moreira, cidades de Mato Grosso do Sul (450 km de Campo Grande), na fronteira com o Paraguai. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ao menos 40 homens que ocupavam caminhonetes atacaram a comunidade guarani-caiová, que briga na justiça por terra na região.
O filho de Gomes, Valmir, disse à Polícia Federal que o líder indígena foi morto com tiros de espingarda calibre 12, arrastado até uma caminhonete e o corpo teria sido levado dali. Ainda segundo Valmir, que diz ter sido ferido com balas de borracha, o pistoleiro falava com sotaque paraguaio.
A Polícia Federal esteve no local, mas até agora não comunicou oficialmente a morte do líder indígena. No acampamento conhecido como tekoha guaiviry vivem ao menos 60 índios, sendo que 40 deles ainda não foram localizados até este sábado.
Valmir disse que por volta das 6 horas da manhã, o acampamento foi cercado por cerca de 40 homens com armadas com balas de borracha. Durante o ataque, os índios, entre os quais velhos e crianças, correram para a mata.
Ainda segundo o filho do cacique, os supostos pistoleiros levaram consigo além do cacique, três índios, uma adolescente, um adolescente de 12 anos e uma criança de cinco. Os donos da área de onde sumiu o cacique ainda não se manifestaram.
Em nota, o Ministério Público Federal afirma que apura o caso desde ontem.
O Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do país, com 70 mil índios. A Federação dos Agricultores de MS (Famasul) afirma que hoje ao menos 49 áreas do estado são disputadas judicialmente entre índios e fazendeiros.
Dois anos atrás, em outubro de 2009, em Paranhos (MS), também na fronteira com o Paraguai, um grupo de índios que ocupavam uma fazenda disputada na justiça sofreu um ataque de pistoleiro, segundo eles. Um índio foi morto e outro desapareceu.
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