sábado, 29 de outubro de 2011
Inoperância do governo permite o genocídio do último povo indígena isolado no Maranhão
A equipe do Cimi de apoio aos povos indígenas isolados reuniu-se em Porto Velho/RO nos dias 26 a 28/10/2011 para fazer uma atualização de dados e a partir deles analisar o contexto em que se encontram estes povos na Amazônia.
Chamamos atenção para o risco de morte dos indígenas Awá Guajá isolados, no Maranhão pela ação de madeireiros que deixam um rasto de destruição na ultimas florestas da região localizadas no interior das terras indígenas. Os madeireiros, respaldados por influentes forças políticas, constituíram um verdadeiro poder paralelo afrontando o Estado de Direito e ameaçando a todos que se contrapõem as suas práticas ilegais. Desdenham das forças de segurança que se revelam incapazes de combater os crimes e de por fim a invasão das terras indígenas.
Os Awá Guajá perambulam em 05 terras indígenas demarcadas, continuamente invadidas e depredadas por madeireiros, que abrem estradas no seu interior, expondo esses grupos a massacres, a contaminação por doenças e afetando diretamente os recursos naturais que garantem a sua sobrevivência.
Essa situação persiste e vem se agravando apesar das reiteradas denúncias encaminhadas pelos povos indígenas do Maranhão e das cobranças do Ministério Público Federal a Funai, Ibama e Polícia Federal que tem como atribuição garantir a proteção dos povos indígenas.
Assusta-nos a inoperância e a omissão do poder publico diante do extermínio anunciado dos Awá Guajá isolados e a sua indiferença em relação ao Poder paralelo instalado pelos madeireiros na região.
Diante dessa realidade de ameaça a vida e de flagrante desrespeito aos direitos dos povos indígenas e dos crimes ambientais no Maranhão rogamos por uma mobilização imediata do governo federal para por fim a exploração ilegal de madeira nas terras indígenas e a impunidade na região.
Porto Velho (RO), 28 de outubro de 2011.
Equipe do Cimi de apoio aos povos indígenas isolados
domingo, 23 de outubro de 2011
Livro Ka´a rewarã, em língua wajãpi
Ficou pronto em julho o livro Ka´a rewarã, escrito pelos pesquisaores Wajãpi e organizado por Dominique Gallois. Trata-se da 3ª. publicação de uma série de livros de leitura, em língua Wajãpi, que inclui “Ijã ma´e kõ” e “Kusiwarã”, idealizados e escritos pelos professores e pesquisadores Wajãpi, como atividade integrante do Plano de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Wajãpi. O livro foi elaborado entre 2008 e 2011 no âmbito das oficinas de formação e acompanhamento dos pesquisadores Wajãpi. Ele explora um conceito da língua e do pensamento Wajãpi (Ka´a), que no contexto das relações com os não índios tem sido traduzido ora como floresta, ora como ambiente, às vezes como biodiversidade, ou ainda natureza. Dividido em quatro partes, o livro descreve os diferentes modos de conhecer Ka´a; aborda os recursos utilizados pelos humanos e pelos animais e seus donos; caracteriza as diferentes paisagens a partir do conhecimento tradicional e descreve o tekoa, a moradia dos humanos incluindo os elementos que compõe seu modo de viver. O livro, editado no âmbito das atividades do Pontão “Arte e Vida dos Povos Indígenas no Amapá e norte do Pará”, teve apoio do Iphan/MinC, Embaixada da Noruega e Rainforest Foundation, e e será distribuído a partir de agosto de 2011.
Fonte: Instituto Iepe
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Exposição | A Presença do Invisível
Um ritual do Turé, praticado pelos índios do Oiapoque, na fronteira do Brasil com a Guiana, representado por postes, varas, bancos, cuias, potes, adornos e instrumentos. É assim o cenário de abertura da exposição “A presença do invisível na vida cotidiana e ritual entre os povos indígenas do Oiapoque” no Museu do Índio.
A mostra tem como objetivo apresentar facetas da vida cotidiana e ritual dos povos indígenas que habitam diferentes terras indígenas na região fronteiriça do Brasil conhecida como Oiapoque. São eles os Karipuna, os Palikur, os Galibi Marworno e os Galibi Kaliña. Juntos totalizam cerca de 5.000 pessoas, habitantes da bacia do rio Uaçá e do baixo curso do rio Oiapoque.
“A presença do invisível na vida cotidiana e ritual entre os povos indígenas do Oiapoque” que tem a curadoria da antropóloga Lux Vidal, da USP, é realizada em parceria com a Apio – Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque e com o Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena. Contando com o patrocínio do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a exposição é mais uma contribuição do Museu do Índio para a valorização e difusão do patrimônio cultural indígena.
Exposição: "A Presença do Invisível: Vida cotidiana e ritual entre os povos indígenas do Oiapoque"
Visitação: de terça a sexta-feira, das 9 às 17h; sábados, domingos e feriados, das 13 às 17h.
Entrada: R$ 3,00.
site da exposição - http://oiapoque.museudoindio.gov.br/exposicao/
Emater/RS prestará assistência técnica aos Guarani em projetos de compensação da BR-101
Comunidades Guarani de cinco terras indígenas no Rio Grande do Sul receberão assessoria da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) para implementação de projetos de compensação e mitigação de impactos das obras de duplicação e melhorias da BR-101. As ações objeto do contrato estão previstas no Convênio PP-0025/2002-00, firmado entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Funai, com vistas à execução do Programa de Apoio às Comunidades Indígenas Guarani – PACIG. O contrato entre Funai e Emater/RS foi celebrado nesta segunda-feira (03), no auditório da Funasa em Porto Alegre/RS.
Serão contempladas por este contrato as terras indígenas Varzinha, Ita Poty, Campo Molhado, Doze Tribos e Campo Bonito, todas na área de influência das obras na BR-101. “Esse contrato demonstra o resultado de um trabalho de mudança institucional que a Funai vem implantando, no sentido de resguardar os direitos dos povos indígenas quando há empreendimentos que causem impactos em suas comunidades, mesmo que estejam fisicamente fora das terras indígenas”, explicou o presidente da Funai, Márcio Meira. Segundo ele, o passado demonstra que muitos empreendimentos eram realizados à revelia das comunidades, sem qualquer tipo de procedimento que assegure a compensação dos impactos para as comunidades. “Hoje a Funai exige que se cumpram as legislações indigenista e ambiental. Ambas precisam ser respeitadas”, concluiu.
De acordo com o gerente regional da Emater/RS, Mário Guerber, o trabalho poderá frutificar em futuros convênios para outras comunidades indígenas da região, que necessitem de apoio para atividades de extensão rural. “Podemos colaborar fortemente no desenvolvimento dessas comunidades, utilizando os recursos de forma responsável, em projetos participativos”, destacou Guerber.
Além do gerente regional da Emater/RS, estiveram presentes no ato de assinatura do contrato: Ederson Silva, diretor do Departamento de Pesca, Aquicultura, Quilombolas e Indígenas, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo; Magda Tonial, também da Emater/RS; e Sônia Santos, Coordenadora do Conselho Estadual dos Povos Indígenas.
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