Povos indígenas de Rondônia estão sujeitos a desaparecer. O alerta de genocídio foi feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ao todo, Rondônia conta com 69 povos indígenas. Desses, 15 etnias vivem em situação de isolamento, sem contato com a sociedade civil. Segundo o Cimi, atualmente a maior ameaça para os povos isolados é a construção das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, no Complexo do Rio Madeira.
A coordenadora do Cimi de Rondônia, a missionária Emília Altini, alerta para o risco de contaminação da água do Rio Madeira com mercúrio. Também deve aumentar os riscos de contrair malária.
“Conforme o alagamento que essa hidrelétrica vai proporcionar, eles correm o risco de serem contaminados, podem prejudicar os córregos onde pescam, diminui a caça, enfim, eles sofrem essas consequências.“
Apesar de identificar os grupos isolados, a equipe da Funai não iniciou os estudos sobre suas tradições e cultura. Também não há encaminhamentos para demarcar essas terras.
“O governo brasileiro, dito popular, foi o que menos terra demarcou, principalmente nesses últimos quatro anos. As minorias étnicas podem ser levadas ao extermínio. O governo tem dentro de sua política [o seguinte]: quanto menos indígenas existirem, melhor será para o país. O indígena ainda atrapalha a política que o governo quer fazer na questão econômica.”
Assim como as hidrelétricas, a expansão da fronteira agrícola também ameaça. Segundo a missionária, é comum o assassinato de indígenas que tentam continuar em suas terras. O crime é cometido geralmente por jagunços de fazendeiros.
De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso
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